segunda-feira, 1 de julho de 2019

A tua Carreira Profissional!

Muito se fala em sucesso profissional, apostando numa carreira recheada de conquistas e metas alcançadas. É frequente surgirem artigos com os passos para o sucesso. Ora bem, os conceitos de carreira e sucesso são cada vez mais relativos, pois os profissionais tendem a valorizar dimensões completamente diferentes e cada um de nós deve decidir mediante a sua perspetiva.
Na minha opinião, não há que separar a vida profissional e pessoal, pois cada vez mais conseguimos “encaixar” o nosso trabalho no meio do nosso dia-a-dia, por exemplo, trabalhando remotamente ou fazendo horários que nos permitam acompanhar a vida dos nossos filhos. Ou seja, esta flexibilidade permite reduzir o fosso entre o nosso trabalho e a nossa vida familiar. Tal ao dia de hoje ainda não esta intrínseco nas empresas em Portugal mas é algo que devemos estar atentos e começar a pensar ainda mais pois uma pessoa feliz emocionalmente rende muito mais para a empresa, e quem gere tem de analisar todos os prós e contras. Em todo o caso para empresas que tem armazém e saidas diárias esta situação aos dias e de todo impossivél neste caso especifico.
Em relação ao nosso percurso profissional é frequente sermos influenciados ou reagirmos mediante a opinião dos outros. A tal frase cliché “não me importa o que os outros pensam” às vezes não corresponde bem à verdade. Na prática, sabemos que alguma parte de nós é influenciada pela opinião de amigos, colegas e familiares, sendo por vezes um fator determinante na tomada de decisões na nossa carreira profissional. Por vezes, há quem nos impeça de avançar, tecendo uma opinião acerca de algo que julga saber melhor que nós próprios. Pelo contrário, também existem pessoas que nos incentivam a avançar e arriscar quando tudo parece ser demasiado obscuro. Da perspetiva da carreira profissional sou apologista que a opinião de algumas pessoas pode (e deve!) servir para nos ajudar a raciocinar acerca do caminho que queremos tomar, no entanto, não há dúvida que nós próprios temos a visão mais completa daquilo que é o contexto onde nos inserimos e para onde queremos caminhar.
Devemo-nos sempre colocar em causa para poder seguir em frente, e desafiarmo-nos a nós próprios relativamente àquilo que é o nosso percurso. É importante termos consciência que o mundo não gira à nossa volta e devemos ter sempre a mesma humildade, cooperação, ajuda e constante aprendizagem. A pergunta clássica “onde é que se vê daqui a 5 anos?” deverá ser respondida a nós próprios de forma constante, para que possamos delinear o nosso percurso de aprendizagem e crescimento da melhor forma.
É de realçar que nem todos procuram a mesma escalada profissional que os leve a CEO ou a assumir uma posição de chefia, pois existem pessoas que pretendem permanecer numa área técnica o resto do seu percurso profissional, sem assumir responsabilidades maiores. E se é essa a sua visão, provavelmente perdeu-se um mau líder e ganhou-se um excelente técnico! E portanto, o sinónimo de sucesso resulta única e exclusivamente da nossa felicidade e bem-estar, sendo isso que torna o nosso trabalho gratificante. Existem diferentes vetores que devem ser tidos em consideração, designadamente: work-life balance, evolução de carreira na empresa, condições salariais e a cultura organizacional da respetiva empresa. Ainda existe uma certa mentalidade de nos incentivar a encontrar um emprego numa empresa estável, fazer carreira com benefícios e segurança, não nos passando pela cabeça mudar de trabalho num curto espaço de tempo. Atualmente, com o advento das start-ups, sendo o mercado de trabalho cada vez mais global, é frequente ver alguns profissionais saltarem de empresa em empresa, vivenciando experiências completamente diferentes e cada vez mais motivados. Na minha opinião, esses profissionais são muito mais relevantes para as empresas por onde passam, tendo a capacidade de fazer mais, melhor e diferente.
De qualquer forma, gosto de levar as coisas com leviandade, e como refere o Alain de Botton no seu livro “Alegrias e Tristezas do Trabalho”, há que saber lidar com a insignificância da maioria das nossas atividades ou tarefas no trabalho, independentemente do nosso percurso e objetivo. É só trabalho.

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