terça-feira, 1 de novembro de 2016

Tentar equilibrar o trabalho com a vida familiar desiquilibra-nos?


Já todos sabemos que, para termos um excelente equilíbrio entre a vida profissional e a pessoal, não devemos levar trabalho para casa, e que é de evitar tratar as questões pessoais no horário de trabalho. Pois… não é bem assim, aponta um estudo recente, publicado na revista americana Human Relations
 
Ao tentarmos manter o trabalho e a vida familiar separados podemos estar a ficar ainda mais stressadostentar integrar as duas vertentes é a melhor estratégia para encontrar o equilíbrio e ter maior eficácia, sugerem os investigadores responsáveis pela pesquisa, realizada junto de mais de 600 trabalhadores nos EUA.
Os cientistas afirmam que, “no geral, os resultados obtidos sugerem que a integração, em vez da segmentação, pode ser a melhor estratégia de gestão” da separação das águas “a longo prazo para minimizar a esgotante auto regulação”, enquanto permite atingir “níveis mais altos de desempenho nas inevitáveis ​​transições entre o trabalho e a família”. É muito mais difícil alternar entre o papel desempenhado no emprego e o papel que temos em casa se tentarmos mantê-los completamente separados, indica a pesquisa. Estarmos envolvidos de forma ativa num papel enquanto pensamos no outro designa-se de “transição cognitiva” – quanto maior for a separação entre os papéis maior será a transição. E é este tipo de transições que pode causar stress, bem como enfraquecer o nível de energia, uma vez que se tenta banir os pensamentos relacionados com o outro papel para se concentrar na tarefa que tem em mãos. Por exemplo, pode estar sentado à secretária quando de repente lhe ocorre que tem de ligar para a escola do seu filho. A tentativa de afastar o pensamento e de se concentrar no trabalho vai resultar num aumento de stress, enquanto reduz a capacidade de concentração.
Os investigadores sugerem que os empregadores deveriam permitir que os funcionários integrem a vida pessoal na profissional, e vice-versa. “No longo prazo, pode ​​ser melhor permitir que os trabalhadores tratem de assuntos pessoais e recebam telefonemas ocasionais de casa, em vez de configurar políticas que estabelecem limites rígidos”.
E se a maioria das pessoas procura ter um equilíbrio entre a vida profissional e a pessoal, há nacionalidades que estão mais perto de o conseguir que outras. De acordo com o Better Life Index, da OCDE - Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico, a Dinamarca é o país com o melhor equilíbrio entre a vida familiar e o emprego nas 20 nações da OCDE analisadas. A maioria dos trabalhadores em solo dinamarquês não trabalha longas horas seguidas, e as políticas governamentais apoiam as famílias com crianças pequenas, permitindo que as pessoas equilibrem o trabalho com a vida doméstica. O top 10 deste índice é composto pela Espanha, no 2.º lugar, pelos Países Baixos no 3.º, seguidos pela Bélgica, a Noruega, a Suécia, a Alemanha, a Rússia, a Irlanda, e o Luxemburgo na 10.ª posição. 
Fontes: Human Relations, OCDE, Fórum Económico Mundial

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